Manlio Dinucci – 17 de junho de 2024
A Cimeira do G7 sob a presidência italiana, organizada pelo Governo Meloni na Apúlia, proclamou como sua prioridade “a defesa do sistema internacional baseado na força do direito”, declarando que “a guerra de agressão russa contra a Ucrânia minou os seus princípios e desencadeou uma instabilidade crescente, visível nos vários focos de crise”.
Esta declaração foi proferida pelo G7, onde seis membros (Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália) são grandes potências da NATO, fizeram explodir a guerra na Ucrânia contra a Rússia, a que se juntou o Japão, grande parceiro da NATO na Ásia Oriental contra a China.
A encenação idílica com que esta cimeira foi apresentada não pode esconder o facto de se tratar de uma cimeira de guerra.
Os Estados Unidos assinaram um pacto militar de 10 anos com a Ucrânia e o G7 concedeu um empréstimo de 50 mil milhões de dólares para ajudar a Ucrânia a comprar mais armas, um empréstimo que será reembolsado com os juros acumulados sobre 300 mil milhões de dólares em activos russos, na sua maioria depositados em bancos europeus e congelados. Os ministros da Defesa dos 6 países do G7 que pertencem à NATO decidiram simultaneamente conceder à Ucrânia mais uma ajuda militar significativa e afetar 43 mil milhões de dólares por ano para continuar a alimentar a guerra no coração da Europa.
Na mira do G7 não está apenas a Rússia, mas toda a organização BRICS, este ano sob a presidência russa, que passou de 5 para 10 membros e está a desenvolver-se ainda mais: há mais de 30 países que querem aderir. Já hoje o produto interno bruto dos BRICS ultrapassa o do G7 e as previsões para 2024-2029 indicam um crescimento económico dos BRICS, em especial da China, de 44% contra 21% do G7. Não sendo capaz de impedir o desenvolvimento dos BRICS com instrumentos económicos, o G7 tenta manter o seu domínio com instrumentos militares.
O Papa Francisco foi convidado para o G7 em Puglia para dar uma aparência de paz a esta cimeira de guerra.
Aqui, o Papa Francisco encontrou-se com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, sem dizer uma palavra sobre o facto de ele estar a perseguir a Igreja Ortodoxa Russa na Ucrânia, da qual a Igreja ucraniana fez um cisma, funcional para a guerra contra tudo o que é russo.
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