O novo relatório do PNUD projecta que o número de mortos em consequência da guerra do Iémen poderá atingir 1,3 milhões até 2030.
Um novo relatório das Nações Unidas projectou que o número de mortos da guerra do Iémen chegará a 377.000 no final de 2021, incluindo os mortos em consequência de causas indirectas e directas.
Num relatório publicado na terça-feira [23.11.2021], o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estimou que 70% das pessoas mortas seriam crianças com menos de cinco anos.
Verificou que 60% das mortes teriam sido o resultado de causas indirectas, tais como a fome e doenças evitáveis, sendo o restante resultado de causas directas como o combate na linha da frente e os ataques aéreos.
“No caso do Iémen, acreditamos que o número de pessoas que realmente morreram em consequência de conflitos excede o número de pessoas que morreram no campo de batalha”, disse o Administrador do PNUD Achim Steiner.
O relatório do PNUD projectou que o número de pessoas que sofreriam de desnutrição aumentaria para 9,2 milhões até 2030 [Arquivo: Hani Mohammed/AP Photo].
O Iémen tem estado mergulhado num conflito desde 2014, quando o movimento rebelde Houthi tomou grande parte da parte norte do país, incluindo a capital, Sanaa, quando o governo fugiu. Em Março de 2015, uma coligação de países árabes, liderada pela Arábia Saudita, interveio na guerra com o objectivo de restaurar o governo.
O conflito tem estado num impasse durante anos, com o Iémen à beira da fome e dezenas de milhares de pessoas mortas. A situação no país tem sido descrita pela ONU como a pior catástrofe humanitária do mundo. Pelo menos 15,6 milhões de pessoas estão a viver em extrema pobreza.
O relatório projectou resultados sombrios num futuro próximo, caso o conflito se arraste.
Afirma que cerca de 1,3 milhões de pessoas morreriam até 2030, e que 70% dessas mortes seriam o resultado de causas indirectas como a perda de meios de subsistência, o aumento dos preços dos alimentos, e a deterioração de serviços básicos como a saúde e a educação.
O relatório concluiu também que o número de pessoas que sofreriam de subnutrição aumentaria para 9,2 milhões até 2030, e que o número de pessoas que vivem em extrema pobreza atingiria 22 milhões, ou 65 por cento da população.
Publicado a 23 de Novembro de 2021

![A agência das Nações Unidas para o desenvolvimento projecta que 60% das mortes teriam sido resultado de causas indirectas [Ficha: Naif Rahma/Reuters]](https://acordem.pt/wp-content/uploads/2022/04/Yemen-war-A0096C0_RTRMADP_3_YEMEN-SECURITY.jpg)


