Baxter Dmitry – 25/11/2024
A Alemanha está a acelerar os preparativos para a Terceira Guerra Mundial, revelando planos para revitalizar a sua rede de bunkers à medida que as tensões com a Rússia aumentam.
O Ministério do Interior anunciou na segunda-feira que está a compilar uma lista completa de abrigos de emergência, incluindo estações de comboios subterrâneas, parques de estacionamento, edifícios do Estado e propriedades privadas, para garantir que os civis tenham acesso a abrigos seguros em caso de conflito.
Está a ser elaborado um diretório digital destes bunkers, com planos para integrar a informação numa aplicação para telemóvel para acesso rápido em caso de emergência. Os cidadãos serão também encorajados a equipar caves e garagens como abrigos pessoais.
Atualmente, a Alemanha tem 579 bunkers operacionais, na sua maioria relíquias da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, capazes de abrigar 480.000 pessoas – uma fração dos seus 83 milhões de habitantes. Trata-se de uma redução significativa em relação aos cerca de 2.000 bunkers que o país mantinha em tempos.
A renovação destas instalações é um “grande projeto” que será considerado urgente, de acordo com um porta-voz do ministério.
Esta iniciativa surge num momento em que aumentam as preocupações sobre as intenções de Moscovo, em especial após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Em outubro, os serviços secretos alemães avisaram que a Rússia poderia ser capaz de lançar um ataque direto à NATO até 2030, tendo o Presidente russo, Vladimir Putin, sugerido recentemente que o conflito na Ucrânia tem elementos de uma guerra “global” e recusando-se a excluir a possibilidade de ataques a países ocidentais.
As autoridades alemãs também estão a lidar com o aumento das actividades de espionagem e sabotagem russas. Os funcionários do Ministério do Interior confirmaram que uma conferência de líderes seniores realizada em junho lançou as bases para este plano de proteção civil, atualmente em desenvolvimento ativo pelo Gabinete de Proteção Civil e Assistência a Catástrofes.
Embora não tenha sido anunciado um calendário específico para a sua conclusão, o projeto reflecte a urgência acrescida da Alemanha em enfrentar as potenciais ameaças do seu vizinho oriental.
Estes desenvolvimentos assinalam uma mudança radical no panorama de segurança da Europa, com os membros da NATO a prepararem-se para uma potencial escalada, à medida que o conflito por procuração na Ucrânia se prolonga.
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