• Acordem!

Apostasia (ap), Perseguição (Perseguição)

Desobediência: Chegou a hora | LifeSiteNews: InFocus

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Bem-vindos ao LifeSiteNews: In Focus, neste 30 de outubro de 2022. Sou John-Henry Westen. Esta semana, vamos falar de desobediência. Somos ensinados a não desobedecer. O Quarto Mandamento diz-nos para obedecermos aos nossos pais, e isso aplica-se a todas as autoridades legítimas. Portanto, o que devem pensar, sobretudo os cristãos, da ideia de desobediência? Se olharmos para o Atos dos Apóstolos, no capítulo cinco, há uma passagem muito interessante. É sobre a desobediência. A autoridade legítima, o Sumo Sacerdote, diz aos Apóstolos, após a morte de Jesus, a Ressurreição e a vinda do Espírito Santo, para não pregarem em nome de Jesus. Mas, claro, os Apóstolos não podem deixar de o fazer e fazem-no. A resposta de Pedro quando lhe dizem: “Dissemos para não fazerem isto” é: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” E sabem que mais? Vivemos agora tempos assim, porque as autoridades legítimas são autoridades legais e as autoridades legítimas, até na Igreja, estão a dizer-nos para fazermos as coisas erradas. E nessa situação, como foi com os Apóstolos, é nossa responsabilidade, perante Deus, obedecer antes a Deus do que aos homens, o que significa desobedecer.

Padre Fidelis

Vamos verificar algo primeiro. Este é o Padre Fidelis, um santo monge, que passou grande parte da vida a desobedecer. Ele entra em clínicas de aborto e, lá, oferece rosas às mulheres, de forma a oferecer-lhes uma saída ao aborto, evitando ir por esse caminho em que matam os filhos e o mal que isso causa. Mas, claro, isso é considerado ilegal e ele é detido. Vai parar à prisão por longos períodos de tempo. Mas continua a fazê-lo, porque sabe que é a coisa certa a fazer. É uma ocasião em que tem de obedecer antes a Deus do que aos homens. Acabou de ser libertado da prisão e, no tribunal onde foi julgado, retiraram a acusação que lhe podia ter valido muitos anos na prisão. Ficou só a contraordenação. Ora vejam.

Jim Hale: Olá, amigos do LifeSite. Sou o Jim Hale com uma notícia de última hora. Isto aconteceu agora mesmo. Temos um veredicto no caso do Padre Fidelis, em Weschester, Pensilvânia. Vamos agora para a entrada do tribunal, em Weschester, Pensilvânia, para saber qual foi o veredicto. Vamos falar agora com o Will Goodman, que é nosso querido amigo e ativista pró-vida há muitos anos. – Will, qual foi o veredicto hoje?
Will Goodman: – Obrigado, Jim. Houve um veredicto dividido. O caso era composto por cinco acusações diferentes: uma acusação por conspiração que foi arquivada antes do julgamento, uma contraordenação por conspiração de invasão de propriedade, uma contraordenação por invasão de propriedade e uma contraordenação por resistência à detenção. Houve duas condenações. Foi um julgamento sem júri, por isso, após 15, 20 minutos de deliberação, o juiz regressou e disse que, no que toca à contraordenação de conspiração, o Padre Fidelis era culpado. Quanto à contraordenação por invasão de propriedade, também era culpado. Quanto à contraordenação por resistência, ficou muito claro que ele era inocente, com base na lei da Pensilvânia. O advogado poderá explicar melhor. Foi considerado inocente… A quarta acusação era… Está-me a faltar alguma coisa. Conspiração. Inocente. Também foi considerado inocente de conspiração de invasão de propriedade. Portanto, quanto aos dois crimes mais graves apresentados pela acusação, um deles foi arquivado e, no outro, o padre foi considerado inocente. Portanto, foi uma grande vitória.
JH: Excelente trabalho, Will! Temos de te usar como repórter mais vezes. Quem tens aí contigo, Will?
WG: Temos aqui o Padre Fidelis, o arguido e ativista pró-vida, temos a Irmã Deirdre Byrne, que foi testemunha pericial, hoje, e o Dr. John Williamson, o advogado pró-vida que defendeu a causa da vida em tribunal.
JH: Sei que a Irmã Dede tem de ir para o aeroporto, por isso, podemos falar com ela rapidamente?
WG: – Claro. Obrigado, Jim.
JH: – Deus te abençoe, irmão.
JH: Olá, Irmã Dede! Daqui fala o Jim. Olá, Jim. Como está? Irmã, foi chamada a depor hoje como testemunha pericial. O que lhe coube fazer, em nome do Padre Fidelis, nesse tribunal?
DB: Foi uma grande alegria. Pude dizer, enquanto médica, que a vida tem início no momento da conceção. Não é a minha opinião pessoal. Eles perguntaram qual era a minha opinião e eu disse: “Não é a minha opinião, mas sim o que aprendi na faculdade de Medicina.” E isso é o facto científico de que a vida começa no momento da conceção. Portanto, era principalmente isso que eu esperava poder dizer. Pôs-se a hipótese de eu não poder fazê-lo, mas… Porque a verdade é que tudo se resume a isto. É por isso que o Padre Fidelis distribui informação, para que as mulheres saibam que existe outra alternativa que não matar bebés. E isso foi outra coisa que me permitiram dizer. Perguntaram-me o que era o aborto e eu disse que era matar bebés. Repetimos vezes sem conta que se tratava de uma criança, de uma vida, de um bebé, e não de um embrião. Temos de manter sempre o lado humano de que se trata de uma vida. Pude reforçar isso, com a esperança de que o juiz percebesse que o que o Padre Fidelis faz é, literalmente, apenas tentar salvar vidas. Tenta apenas entrar nas clínicas de aborto para dar às mulheres outra opção que não o aborto, e essa opção é dizer sim à vida.
JH: Irmã Dede, muito obrigado pelo tempo que dispensou para estar connosco, antes de mais, mas principalmente por aquilo que fez hoje pelo Padre Fidelis. É significativo o facto de a terem deixado apresentar-se como testemunha pericial, porque, afinal de contas, é médica.
DB: Sim, sim. E não o fiz apenas pelo Padre Fidelis, embora o adore. Fi-lo pelo Senhor. Tudo o que fazemos é pelo Senhor e por Nossa Senhora. Portanto, quis tentar salvar essas almas que estão a ser arrancadas dos ventres das mães. Gostaria de ter podido salientar isso: não é só uma vida humana, mas também uma alma feita à imagem e semelhança de Deus. E faria tudo pelo Padre Fidelis. Quero só acrescentar, Jim, que a Irmã fez um excelente trabalho a explicar a sua missão em Washington DC, sobretudo no que toca a salvar mães e bebés de abortos químicos. – Tudo isso ficou registado em tribunal. – Exato. Pude partilhar a nossa missão da pílula antiabortiva, e também, como disse o Dr. Williamson, as mulheres que abortam ou que tomaram o comprimido químico e querem salvar a sua vida, arrependem-se imenso e passam por muito sofrimento devido ao aborto.
JH: – Ámen. Essa é a próxima grande batalha que temos entre mãos, a batalha contra o aborto químico. – Irmã, muito obrigado. – Obrigada eu. Will, se não te importas, gostaríamos de conversar rapidamente com… Temos aí o advogado John Williamson. Olá, John! Viva! Eram quatro acusações. O Padre foi considerado culpado de duas contraordenações. As duas acusações principais foram arquivadas. Considera que foi um bom veredicto, um bom dia?
JW: Não, não considero que tenha sido um bom dia. Estou muito desiludido por não ter sido tudo arquivado. Acho que havia provas para arquivar o caso todo. Mas uma decisão destas envolve sempre alguma política. O juiz quer voltar a ser eleito. Portanto, estou desiludido. Estou muito feliz por terem arquivado os dois crimes principais e estou muito feliz por poder ter interrogado dois santos hoje, o Padre Fidelis e a Irmã Dede Byrne.
JH: Sr. Padre, estas duas contraordenações pertencem a que categoria? Quão graves são e qual é a potencial pena?
Padre Fidelis: Sinceramente, Jim, não sei. Mas também não interessa. Confiamos em Jesus e há muitas pessoas, no corpo de Deus, a rezar e a oferecer sacrifícios. O nosso dever é apenas prestar testemunho todos os dias, seja em tribunal ou no passeio, onde quer que estejamos. Está nas mãos de Deus e Ele resolverá o assunto pela Sua grande honra e glória. O mais importante é que façamos tudo isto com amor e não por frustração, raiva ou julgamento. Sabemos que somos instrumentos do Senhor em tudo isto. Talvez possa terminar agradecendo a todos. O Will, o Matthew Connelly e eu estivemos dois meses na prisão, em Nova Iorque. Recebemos imenso apoio, orações e cartas. Peço que que continuem a manter todos os defensores da vida que enfrentam acusações, sobretudo federais, nas vossas orações, e que Deus faça sair algum bem desta perseguição injusta.
JH: Padre Fidelis, pode atualizar-nos quanto ao número de acusações que enfrenta de momento, para sabermos exatamente como rezar por si?
PF: Tenho cerca de oito casos em aberto, em vários estados. Fui recentemente acusado de violar a lei FACE, por um salvamento que fiz em Hempstead, Nova Iorque, em julho. Não tenho mãos a medir, por assim dizer, mas havemos de ultrapassar isto, caso a caso.
JH: Sr. Padre, porque continua a fazer isto?
PF: É a minha vocação, é a minha missão, é a vontade de Deus que eu o faça. Quero fazê-lo, do fundo do coração. Tenho uma posição especial na vida enquanto padre e alguém que fez um voto de pobreza, não tenho dependentes, por isso, sou livre para intervir nestes últimos momentos, em que a vida está realmente em perigo.
JH: Obrigado pelo que faz. Vai ter mais milhares de pessoas a rezar por si, as que estão a ver isto. Obrigado, Padre Fidelis. Estou ansioso por me encontrar consigo em breve, em Yonkers, para podermos conversar mais. Deus o abençoe, Sr. Padre. Prazer em falar consigo. Adeus. – Obrigado.
WG: – Jim, posso… Posso só acrescentar algo, Jim, rapidamente? Hoje, esteve uma testemunha muito bonita em tribunal. O que vimos foi uma profissional de saúde, uma testemunha pericial, que depôs em nome do Evangelho da vida. Vimos um excelente advogado pró-vida a usar o seu talento e sagacidade legal para ser uma voz para quem não tem voz, a fazer umas alegações iniciais e finais maravilhosas, focadas na criança, e, depois, tivemos um resgatador, que é também um padre católico e um religioso, que estava lá para mostrar que os esforços do seu Red Rose Rescue são uma forma de partilhar o amor de Cristo. Portanto, entre o Padre Fidelis, o Dr. Williamson e a Irmã Deirdre, tivemos um formidável triplo testemunho da missão do Evangelho da vida, que mostrou a este tribunal e às pessoas do estado da Pensilvânia que isto não é sobre nós, mas sim sobre as crianças cujas vidas estão em perigo. E o que é irónico é que, a cerca de 100 metros do tribunal, localiza-se a clínica da Planned Parenthood que mata e onde o Padre Fidelis fez o seu trabalho de divulgação para salvar vidas. Portanto, fica apenas a um quarteirão. E, hoje, essas crianças foram muito bem representadas pelos ativistas pró-vida. Portanto, queria só acrescentar isso. E quero também agradecer a todos os que rezaram por hoje.
JH: Will, nem sei como te agradecer. Isto foi tudo muito rápido e vocês fizeram um excelente trabalho, aparecendo aí para apoiar o Padre Fidelis e informando-nos. Esta é uma história importante. Obrigado. Obrigado, Dr. Williamson, obrigado, Irmã Dede, e obrigado, Padre. – Deus o abençoe. – Deus o abençoe. – Obrigado, Jim. – Adeus. Viva o Cristo Rei. Ámen!

Nelli Parisenkova (Bright Horizons)

JHW: Do mesmo modo, quando nos é pedido para fazer coisas, mesmo que não saíamos para realizar resgates, como o Padre Fidelis, a Mary Wagner e muitos outros heróis do movimento pró-vida, temos… … às vezes, também nos é pedido para fazermos coisas que sabemos que não devemos. Esse é o caso de uma jovem que trabalhava para a Bright Horizons. A Bright Horizons deve ser a maior cadeia nos Estados Unidos de infantários. Mas pediram a esta senhora cristã para ler às crianças livros que promoviam a homossexualidade. E a resposta dela foi… ela teve de desobedecer. Ora vejam.

JH: Olá, amigos. Sou o Jim Hale. Temos de divulgar mais um caso escandaloso de flagrante discriminação cristã. Esta história chega-nos da Califórnia, e é para lá que vamos agora, para San Diego, falar com o advogado da Thomas More, Paul Jonna. Paul, muito obrigado por estar hoje connosco. Por favor, conte-nos a história de Nelli Parisenkova, essa mulher que trabalhava no infantário da Bright Horizons, uma das maiores cadeias de infantários do país. Conte-nos o que aconteceu a essa mulher, Paul.
Paul Jonna: Obrigado pelo convite, Jim. Claro. Como disse, a Bright Horizons tem 700 infantários nos EUA. É uma das maiores cadeias de infantários no país. A Nelli já trabalhava lá há quatro anos. Era uma excelente funcionária, um ser humano maravilhoso, uma pessoa muito carinhosa e amorosa. É uma cristã devota e reparou desde cedo na presença de livros que as crianças pelas quais ela era responsável… … havia lá livros que, às vezes, lhe pediam para ler e que promoviam a ideologia e a agenda LGBT, incluindo livros como “A Mãe, a Mamã e Eu”, “O Pai, o Papá e Eu”, que são livros que tentam doutrinar as crianças sobre o casamento homossexual e porque é formidável. Estamos a falar de crianças entre 1 e 5 anos. Portanto, obviamente, como cristã devota, a última coisa no mundo que ela quer fazer é ensinar a essas crianças sobre algo que ela considera moralmente repreensível. Portanto, ela pediu à supervisora se podia distrair as crianças lendo-lhes outros livros, e isso correu bem durante vários anos. A supervisora dela da altura disse que não havia problema. As crianças não faziam ideia que livros estavam a tirar da prateleira, só queriam que a senhora do infantário lhes lesse um livro, por isso, ela facilmente os distraia lendo-lhes um livro diferente.

Mas, recentemente, há alguns meses, a situação voltou a acontecer. Era um dia de calor, as crianças estavam todas lá dentro, havia só 12 livros na prateleira e cinco deles promoviam, de alguma forma, o estilo de vida LGBT. Portanto, ela disse: “Porque não tiramos estes livros da prateleira hoje?” e a supervisora disse que podia ser. Mas essa supervisora decidiu relatar isso à supervisora dela, e essa senhora, que se chama Katy Callas e é lésbica, considerou isso um problema. Chamou imediatamente a Nelli ao seu gabinete e, basicamente, tratou-a como uma criminosa. Acabou por lhe dizer para abandonar as instalações e que ela não era bem-vinda lá se não sabia celebrar a diversidade. Nunca lhe pediu para ela explicar a posição dela, tratou-a como uma criminosa e deixou-a debaixo de um sol abrasador.
JH: Que tipo de impacto é que isso teve na Nelli?
PJ: Está devastada. Ela adorava o emprego, adorava cuidar das crianças, era uma fonte de rendimentos para a família dela. Ela não quis violar a fé dela. Pediu um compromisso muito razoável. Ela deu-lhes duas opções, ambas muito razoáveis. Uma delas era: “Porque não continuamos a fazer o que tenho feito nos últimos anos? No meu turno, não tenho de ler esses livros.” E a outra opção era… … “Porque não pode ser outra senhora, outra funcionária, a ler os livros e não eu?” Mas, não, queriam que fosse a cristã devota a lê-los, queriam que fosse a Nelli a ler esses livros. Não importava haver outra pessoa disponível… Não houve qualquer interação da parte deles com ela, nenhuma tentativa de chegar a um entendimento. Foi devastador para ela e realmente… Mas estou orgulhoso dela por ter sido corajosa e ter dado luta e defendido a verdade. Acho que ela tem fundamentos muito sólidos, como discriminação religiosa e despedimento sem justa causa, portanto, é uma honra representá-la e ir a tribunal.
JH: Fiquei também feliz por ver que não estão a processar apenas a Bright Horizons, mas vão também atrás dessa mulher, a supervisora lésbica, que a tratou de forma tão horrível.
PJ: Sim, tratou-a como uma criminosa, como eu disse. No dia em que isto aconteceu, chamou-a ao gabinete dela, não a deixou falar, não quis ouvir a versão dela, perguntou literalmente à Nelli: “O que quer fazer?”, e a Nelli disse: “Posso pensar no assunto?” Ela foi almoçar, voltou e a supervisora decidiu: “Não, acabou-se o tempo. Já não tem mais tempo para pensar. Se não consegue celebrar a diversidade connosco, não é bem-vinda aqui.” Deram-lhe um memorando, puseram fim aos seus benefícios laborais e, literalmente, puseram-na na rua. Há muito tempo que não via um padrão de factos tão escandaloso. Essas pessoas têm de ser responsabilizadas. Já agora, isto é uma decisão de política corporativa a alto nível, não se trata de uma supervisora por conta própria. Parece que a Bright Horizons quer promover esta agenda em todos os seus infantários, aos níveis mais altos da organização. Estão a violar a lei de forma flagrante e têm de ser responsabilizados. Acho que este é um caso em que, estou confiante, acabaremos por ir a julgamento. Não nos vejo a chegar a acordo no futuro próximo, por isso, estamos ansiosos por levá-los a tribunal e a obrigá-los a cumprir a lei, porque… … até na Califórnia, as pessoas não são obrigadas a violar a sua fé para manter o emprego. Se se puder chegar a um compromisso que não seja um fardo indevido para o empregador, têm de acomodar as pessoas de fé, que é o caso aqui.
JH: Paul, imagine por um minuto que um funcionário cristão tinha decidido ler uma história de natividade ou uma história cristã ou algo assim. Ficariam furiosos com isso. Mas o que realmente está em causa aqui é que isto é a religião deles agora e são eles que estão a impingir essa religião àquelas crianças inocentes.
PJ: Há uma grande distinção na lei. A Nelli não está a pedir permissão para espalhar a fé dela.
JH: Pois não!
PJ: Está a pedir permissão para não a violar através da leitura de livros que contradizem diretamente essa fé. Para as pessoas de fé, como muitos dos espetadores do LifeSite, isto é uma questão muito importante. É uma das questões mais centrais da nossa fé. Imaginem serem obrigados, por risco de perderem o emprego, a ler coisas que contradizem diretamente a vossa fé. Isso não é exigido na América. Portanto, empresas como a Bright Horizons vão safar-se com isto, se as pessoas não contestarem. Portanto, estou grato por a Nelli ter tido a coragem de avançar, e é uma honra para a Thomas Moore Society poder representá-la “pro bono” e ir até ao fim com este caso.
JH: E para nós é uma honra poder divulgar esta história. Vamos responsabilizar a Bright Horizons por esta inacreditável verg… Isto é apenas vergonhoso, em todos os aspetos. Paul, qual é o seu conselho para os pais que têm de estar nessa situação de enviar os filhos para… Estamos a mandar os nossos filhos para a América corporativa, como o Paul disse, para um infantário, ou para uma escola pública, ou até para uma escola privada. – O que diz aos pais?
PJ: – Bem visto, Jim. Outra das grandes vantagens deste processo é sensibilizar o público para este problema, porque não sei se… Tenho a certeza de que muitos clientes da Bright Horizons não se importam que leiam esses livros aos filhos deles, mas garanto-lhe que um grande número deles não faz ideia do que se passa lá. Portanto, acho que os pais devem estar informados e cientes. Obviamente, há muitas boas opções, mas se repararem neste tipo de coisas… Pessoas na situação da Nelli, que têm o emprego em risco, deviam seguir a via legal e contactar a Thomas Moore ou outras firmas legais de interesse público. Mas os pais… O melhor conselho para quem está a lidar com uma entidade privada assim é tirar de lá o vosso filho e pô-lo noutro lugar. No caso de funcionários, recorram a organizações como a Thomas More. Obviamente, não podemos ajudar todos, mas tentamos ajudar o máximo de pessoas possível, com as vossas orações e apoio.
JH: Como estamos de prazos quanto a este caso?
PJ: Atualmente, os tribunais estão entupidos devido a terem estado encerrados durante a covid, por isso, não sei quando vão marcar o julgamento. Em San Diego, os julgamentos costumam ser marcados no espaço de 12 a 18 meses, mas pode ser um pouco mais. Isto é Los Angeles, por isso, esperamos que o caso vá a julgamento no próximo ano ou dois. Mas vamos recolher depoimentos, vamos ajuramentar estes arguidos e fazê-los responder a perguntas, vamos rever os documentos deles e, depois, um júri em Los Angeles decidirá o destino deles, porque a nossa cliente foi muito prejudicada, em termos económicos e emocionais. Eles têm de ser responsabilizados para não o fazerem a outros funcionários, e isso é o mais importante. Queremos pôr fim a isto.
JH: Muito obrigado, Paul. Sei que é um homem ocupado. Agradecemos sempre o tempo que nos dispensa, e quero só dizer o seguinte… Se têm os vossos filhos num infantário da Bright Horizons ou se conhecem alguém que tem, por favor, partilhem esta história com eles para que fiquem a conhecer a verdadeira natureza desta organização. Paul Jonna, Deus o abençoe, e continue com o bom trabalho.
PJ: Muito obrigado. Deus o abençoe também.

JHW: O que acho formidável nisto também é que estes cristãos estão a desobedecer em consciência, como todos devemos fazer. Mas não só isso. Quando são despedidos, lutam pelos direitos dos cristãos, que estão enraizados na Constituição: ter liberdade de religião, liberdade de praticar a nossa religião, mesmo na praça pública. Não há nada desse disparate de a deixar à porta de casa e, na rua, termos de fazer o que o mundo diz. Não. Numa altura em que nos obrigam a fazer coisas que são contra a lei de Deus, temos de, mais uma vez, como dizem os Apóstolos, antes obedecer a Deus do que aos homens e desobedecer.

Cathy Miller (pasteleira)

Temos agora outro caso, de uma pasteleira. E lembram-se deste caso, do caso de uma pasteleira a quem foi pedido para fazer um bolo para um casamento homossexual. Ela recusou-se, foi levada a tribunal e foi muito prejudicada, pois foi processada e por aí fora. Mas sabem, ela contestou a acusação. E tenho de mencionar… Uma das firmas legais que defende tantos destes casos tão heroicamente é a Thomas More Society. Eles são fantásticos, porque percebem o conceito da necessidade de antes obedecer a Deus do que aos homens e da necessidade de defender o direito dos cristãos de manifestarem a sua cristandade e a sua moralidade. Vejam só este resultado espantoso no caso da pasteleira cristã.

JH: Olá, amigos do LifeSite. Sou Jim Hale e estou radiante por vos poder dar uma notícia fantástica, maravilhosa e feliz vinda do estado da Califórnia. Parece que, cada vez que vamos à Califórnia, é para vos contar algo de mau que aconteceu. Bem, temos uma notícia absolutamente fantástica para partilhar convosco hoje, que é o facto de que a mulher cristã, a pasteleira cristã de Bakersville, a decoradora de bolos Cathy Miller, ganhou o caso. Após ter sido processada pelo estado da Califórnia, ganhou o caso, e estou muito feliz por ter connosco a Cathy Miller, que se junta a nós desde Bakersville, juntamente com o seu advogado, Charles LiMandri de San Diego. Muito obrigado por estarem connosco hoje, para partilhar esta notícia.
CL: É um prazer estar convosco. Obrigado pelo convite. Muito obrigada.
JH: Cathy, comecemos por si. Qual foi a sua reação quando recebeu a notícia de que tinha ganhado?
CM: Senti-me muito abençoada e grata aos meus advogados da Thomas More Society e ao Juiz Bradshaw. Ele fez um excelente trabalho analisando todos os pormenores do caso, porque era tão… Não era apenas sobre uma situação LGBT, mas sim sobre a nossa fé e vivermos a nossa fé no nosso local de trabalho. Ele reconheceu isso e acho que ele fez um excelente trabalho. Ele reconheceu que não era discriminação, era apenas eu a amar o meu Senhor.
JH: Conte-nos, o que aconteceu, Cathy? Esse casal foi lá… Acha que foi de propósito? Sabiam quem você era e queriam causar problemas, para começar?
CM: No princípio, pensávamos isso… Não sei, o Senhor é que sabe se foi isso ou não. Mas, nesse dia, eles foram lá e eu não a reconheci como uma situação LGBT. Pensava que era a noiva, o noivo, a madrinha e o padrinho. Quando foram lá, começámos a falar e, no processo de análise – o processo para encomendar um bolo é longo – perguntei-lhes quem era o noivo, virei-me para os rapazes e eles apontaram para uma das raparigas e disseram: “É ela”, e eu pensei… Por isso, fiz uma pausa, afastei-me para o lado e rezei muito e o Senhor deu-me as palavras certas para eu partilhar o que sentia. Disse-lhes: “Lamento, mas não posso ofender o meu Senhor, o Salvador, desta forma e ajudar num casamento homossexual, mas conheço outra pasteleira que não se importará de fazer o vosso bolo.” Ela faz parte da comunidade LGBT e é casada com uma mulher, e pensei que seria a solução perfeita, pois não tinha havido problema antes. Mas isso não aconteceu, desta vez. E os media e as redes sociais souberam do caso e foi um período muito difícil. Mas o Chuck LiMandri, o Paul Jonna e o Jeff vieram em nosso socorro e a Thomas More Society defendeu-nos e merece a glória pelo veredicto.
JH: Ámen! Falou no seu advogado, Charles LiMandri. Vamos agora para San Diego. Devemos dizer aos nossos espectadores que, se o fundo parece familiar, isso é normal. Não é apenas o fundo de Paul Jonna. O Paul e o Charles LiMandri são sócios. Charles LiMandri é um dos grandes advogados constitucionalistas pró-vida deste país. Representou o David Daleiden. Charles, essa foi a última vez que o vi, há cerca de três anos, em São Francisco, quando estava a defender o David Daleiden. Charles, diga-nos, porque quis aceitar este caso?
CL: Considerei-o um caso importante, certamente para a Cathy Miller como uma mulher maravilhosa e corajosa que merecia a melhor defesa possível, mas também percebi que o caso tinha maiores implicações constitucionais que poderiam afetar todas as pessoas de fé, aliás, todas as pessoas de consciência, fossem de fé ou não. Ninguém deve ter de criar um produto que expressa uma mensagem com a qual não concordam, sobretudo se for um trabalho artístico, como os bolos da Cathy. Estão a ver alguns atrás dela. São criações lindíssimas. São precisas três a seis pessoas, dias, muitas horas para criar um. O casal, juntamente com a Cathy e com a “cake designer”, tem de escolher a cor, o tamanho, a forma, o sabor, a textura. Envolve muito trabalho, por isso, é uma obra de arte, tal como um quadro ou música. Não podemos obrigar alguém a usar o seu talento para expressar uma mensagem com a qual não concordam. E todos sabem que esses bolos de casamento expressam uma mensagem, que é a celebração de um casamento. E, para um cristão, o casamento é um sacramento entre um homem e uma mulher e mais nada. Tudo o resto dilui a mensagem e, num sentido mais lato, destrói a base da sociedade, que é a família. Portanto, para a Cathy, era muito importante não ser coagida a expressar uma mensagem com a qual não concordava. O juiz validou essa posição e disse que ninguém pode ser coagido ou obrigado a expressar uma mensagem, seja através de arte, de poesia, de um discurso, ou seja do que for, ou, neste caso, ser obrigado a fazer um bolo de casamento para celebrar uma união homossexual. Portanto, reconhecemos que se tratava de um princípio muito importante que tínhamos de tentar proteger e promover, e estamos muito felizes por Deus ter dado ao juiz a sabedoria de perceber o quão importante isto era de uma perspetiva constitucional, não apenas para a Cathy, mas para todos os americanos.
JH: Charles, isto foi, de facto, um ataque à fé da Cathy, porque, como vocês dizem no comunicado à imprensa, o Estado visou a sinceridade das crenças da Cathy.
CL: Sim. Na verdade, isto remete para a pergunta que fez à Cathy. É, de certa forma, uma questão em aberto se o casal homossexual a escolheu de propósito, porque ela é conhecida como uma pasteleira cristã e a pastelaria dela como uma loja cristã, e assim que se entra, não há qualquer dúvida. Ela tem cruzes pela loja toda, cruzes essas que vende a clientes, bem como placas com versículos da Bíblia e passa música cristã na pastelaria. Portanto, eles queriam obrigá-la, enquanto pasteleira cristã, apesar de terem muitas outras opções para bolos de casamento. E assim que souberam o que ela sentia e porquê, pois ela explicou-o, ficaram ainda mais determinados: “Vai fazer este bolo. Vamos fazê-la ceder à nossa vontade e à nossa agenda”, e os ideólogos que trabalham para o Departamento de Equidade no Emprego e na Habitação juntaram-se a eles e disseram: “Isso mesmo! Não vamos deixar que nenhum cristão mostre qualquer tipo de resistência.” Mesmo quando o Supremo Tribunal dos EUA decidiu, no caso Obergefell, em 2015, que o casamento homossexual seria permitido, afirmou que isso não significava que as pessoas não pudessem ter crenças religiosas. Mas as pessoas no DFEH não são da mesma opinião e dizem que não podemos ter crenças religiosas e, se temos, temos de as suprimir e, basicamente, ceder. Portanto, considerámos que era um caso muito importante desse ponto de vista, e acreditamos que a Cathy foi visada para enviar uma mensagem a todos nós, de que, basicamente, “ou cedem ou vamos tornar a vossa vida num inferno.” Cinco anos depois, após milhares de horas de trabalho e centenas de milhares de dólares em advogados e custas judiciais, acabámos por ganhar, porque as pessoas precisavam de saber que é uma luta que vale a pena travar, que é uma luta que precisa de ser ganha, certamente pela Cathy e por todos nós, mas também pelos nossos filhos e netos, pela geração futura. Os fundadores do país travaram uma guerra revolucionária porque a liberdade de religião era muito importante. Foi por isso que os peregrinos vieram para cá, eram refugiados religiosos. Portanto, infelizmente, temos de continuar a lutar pelos mesmos direitos que eles nos conquistaram há mais de 200 anos. Mas, neste caso, ganhámos uma importante batalha e acreditamos que vamos acabar por ganhar a guerra.
JH: Obrigado à Thomas More Society e ao excelente trabalho que vocês fazem, Chuck. Cathy, só quero perguntar-lhe… Como têm sido os últimos cinco anos para si?
CM: Tem sido muito difícil. Ter a Thomas More Society, com o Chuck, o Paul e o Jeff como nossa equipa, ajudou imenso, porque nos guiaram pelo processo legal. No que toca à pastelaria, temos muitos altos e baixos. Passámos pela covid, mas os media também foram um pouco duros connosco. Estão agora a compreender um pouco mais. Acho que uma parte dos media e muitos dos nossos clientes reconhecem agora que eu estava apenas a viver a minha fé e não foi realmente uma situação de discriminação, e espero que, com a sociedade no pé em que está, sobretudo aqui em Kern County, as pessoas reconheçam que existe uma diferença entre isso e seguirmos a nossa fé e honrar Deus, que é a minha posição. Portanto, no que toca ao negócio, temos muitos clientes LGBT que vêm cá e compram bolachas, bolos de aniversário e isso, mas aceitam que eu não posso ajudar no casamento. É um sacramento, é santificado por Cristo.
JH: Obrigado. Pode falar-nos sobre… Os media dizem sempre que é uma questão de ódio. Vocês odeiam a comunidade LGBT. E eu estava a pensar… Não podem ser cristãos, senão não diziam isso, porque, antes de mais, nós sabemos que somos pecadores e que precisamos de um salvador. Pode falar-nos, Cathy, sobre o que pensa dos homossexuais em geral?
CM: Somos todos criados à imagem de Deus. Todos fazem escolhas na vida. Às vezes, as escolhas são mais difíceis porque temos uma tendência para certas coisas, mas somos criados à imagem de Deus e isso é uma coisa boa. Não vou discriminar ninguém. Não vou menosprezar ninguém, mas não participarei em algo que viole a relação que tenho com o Senhor nem participarei em algo que vai contra os princípios da Bíblia. Vou fazer asneiras, sou pecadora, mas faço o meu melhor e sigo o Senhor, mas… Tenho normas na pastelaria. Tenho-as desde sempre. Começa por falar sobre o que é bom, louvável e honorável. Rejeito uma variedade de bolos. Não faço partes do corpo nuas, não faço bolos de marijuana, não faço nada satânico, nada sangrento e horripilante. Não me recuso apenas a ajudar num casamento, mas o casamento é representativo de Cristo e da Igreja, e é isso que é o casamento entre um homem e uma mulher. – Portanto, não vou violar isso.
JH: – Ámen. É como… Não podemos ser obrigados a aceitar o que consideramos ser pecado. É tão simples quanto isso. Charles, qual é a situação em termos de recursos e isso? Acha que eles vão recorrer da decisão?
CL: Acho que talvez o Estado recorra, apenas porque têm visado a Cathy com tamanha vingança há cinco anos. Não os vejo a desistir agora. Mas deviam, por algumas razões. Houve uma fundamentação muito forte, tanto dos factos como da lei. São 22 páginas de texto corrido. O Juiz Bradshaw chegou à mesma conclusão quanto à questão da liberdade de expressão, que o trabalho artístico da Cathy, em termos de fazer bolos de casamento, é uma forma de expressão protegida, e essa foi também a decisão do juiz anterior, no mesmo caso, o Juiz Lampe, que entretanto se reformou e foi substituído pelo Juiz Bradshaw. Portanto, não acreditamos que o Estado tenha muitas hipóteses de ganhar. Para além disso, o Supremo Tribunal dos EUA vai proferir uma decisão até ao próximo verão quanto a um caso semelhante, envolvendo uma mulher que se recusou a criar umwebsite para um casal homossexual. Ela faz websites para pessoas que se vão casar. Acho que chegarão a uma decisão e acho que essa decisão será a favor daweb designercristã. Portanto, acho que isso reflete-se também no caso da Cathy, ainda antes do tribunal de recurso estadual decidir o caso dela. Portanto, estamos muito otimistas de que, de uma forma ou de outra, a Cathy vai manter a vitória. Mas tivemos de a proteger, porque o Estado a tem visado. Acho que outra coisa que vale a pena dizer é que a Cathy não só tem muitos clientes gay satisfeitos que ela não se importa nada de servir, como já teve funcionários gay. Ela não discrimina contra ninguém, com base na orientação sexual, raça, religião ou seja o que for. Todos sabem que ela é cristã, começa as reuniões de trabalho orando com quem quer participar, e nunca ninguém teve problema com isso. Já recebeu outros casais gay a pedir bolos de casamento e ela indicou-lhes essa outra pasteleira gay e eles ficaram satisfeitos e nunca foi um problema. Portanto, não é uma situação – e a decisão do juiz reflete isso claramente – de a Cathy ter discriminado com base na orientação sexual. Ela estava apenas a expressar as suas crenças religiosas o que, no fim, o Estado teve de reconhecer. Não há nada que sugira que ela foi motivada por outra coisa que não as suas crenças religiosas, e essas crenças não serviram de pretexto. Portanto, com base nisso, o tribunal decidiu que o Estado não conseguiu sequer provar a sua acusação de base: discriminação ilegal. Nem foi preciso irmos à questão constitucional, segundo o juiz, porque assim que ele concluiu que, nos termos das leis de antidiscriminação, ela não discriminou com base na orientação sexual, não foi preciso invocar a liberdade de expressão. Mas o juiz abordou isso, portanto, ela teria ganhado no que toca à liberdade de expressão à mesma. É uma vitória a dobrar, e é por isso que nos sentimos fortes no caso de um recurso, porque o registo factual está lá e, normalmente, o tribunal de recurso não contraria um juiz de 1.ª Instância quanto à sua decisão relativamente aos factos. Portanto, estamos muito otimistas de que ganharíamos o recurso, independentemente da decisão do Supremo quanto ao caso 303 Creative. Mas acreditamos que o próximo ano será, ainda assim, muito bom para as pessoas de fé quanto a estas questões.
JH: Ámen. Temos de chamar a isto uma vitória esmagadora. Para acabar… Cathy, qual é a sua mensagem para os crentes e para as outras pessoas cristãs, como fotógrafos de casamento, realizadores de vídeos… Qual é a sua mensagem para nós?
CM: Mantenham-se firmes com o Senhor, vistam a armadura Dele. Ele é a nossa relação, é o nosso Deus, e temos de O honrar em tudo o que fazemos e dizemos, mas isso não quer dizer que temos de discriminar ou ser maus. Temos apenas de seguir a nossa fé com amor e fornecer acesso. Neste caso, fornecer acesso para que não haja ressentimentos. E isso tinha resultado muito bem até a este problema.
JH: Sabe que mais? Acho que Deus escolheu a pessoa certa para ser perseguida, Cathy, porque adoro ouvi-la falar. Fui à Califórnia duas ou três vezes durante a covid, estava a fazer a cobertura de todas as capelas do calvário, e é curioso, porque as pessoas pensam na Califórnia como sendo um bastião de esquerdismo e socialismo e isso, mas, digo-vos, acho que alguns dos melhores cristãos do mundo estão na Califórnia!
CL: É verdade. Também sou californiano de gema. O problema é que as pessoas no controlo operacional do governo são sobretudo de esquerda, mas a maioria dos californianos não partilha dessas opiniões e valores. Lembrem-se, a Califórnia era a terra das missões. Todas as grandes cidades receberam os nomes das missões, porque esses missionários cristãos vieram para cá e semearam as sementes da fé. Portanto, sempre foi um estado muito religioso ao longo da História, e, infelizmente, o que estamos a ver aqui nos últimos anos é um fenómeno que não tem que ver com os valores que serviram de base para a fundação do Estado e que a maioria das pessoas ainda respeita. Quem tem famílias não cai nesta discriminação anticristã.
JH: Céus, bem… É uma alegria poder divulgar esta notícia maravilhosa. Obrigado, Charles LiMandri e Thomas More Society, e obrigado, irmã Cathy, pela sua perseverança e fé.
CM: – Obrigada eu. – Obrigado, Jim. Muito obrigada.

Bispo Athanasius Schneider

JHW: Por fim, quero falar de um caso em que não se trata apenas da autoridade legítima no estado que passa leis que são contra a lei de Deus. E se for a liderança religiosa, como na época dos Apóstolos? O Sumo Sacerdote dizia-lhes que não podiam fazer algo, mas eles desobedeciam. E se for o Papa? E se for a liderança da Igreja? O que devemos fazer então? Por exemplo, se o nosso reverendo nos disser: “Não podem receber a Comunhão Sagrada na língua, apenas na mão”? O que devemos fazer? Temos de obedecer antes a Deus do que aos homens, portanto, é preciso desobedecer, mas vejam isto… Trata-se de um caso muito difícil. Estamos a falar do Papa e dos bispos no mundo todo, que dizem aos padres que não podem celebrar a missa em Latim ou que devem fechar a igreja. O que devemos fazer então? Os padres têm um voto especial de obediência aos seus bispos. O que fazemos? Bem, felizmente, temos o Bispo Athanasius Schneider para nos explicar o que é a obediência. Ele veio ter connosco aos estúdios do LifeSite. Foi fantástico. Pude interagir com ele, a partir dos nossos estúdios aqui no Canadá. Vejam isto. Ele é uma pessoa muito santa e o mais obediente dos bispos, que faria tudo para obedecer totalmente ao Papa, mas reconhece, neste caso, mais uma vez, como os Apóstolos, que temos de obedecer antes a Deus do que aos homens, e considera isto uma ocasião para desobediência, em que temos de obedecer antes a Deus do que aos homens, mas feito com cuidado e verdadeira diligência. Ora vejam.

JHW: Deixe-me perguntar-lhe… porque temos passado agora por momentos difíceis na Igreja, momentos espiritualmente difíceis há já algum tempo, e o senhor falou, várias vezes, sobre a clandestinidade, sobre ter de ficar na clandestinidade. Sei que viveu isso em criança e, por essa razão, mas também devido à sua posição atual na Igreja, acho que seria muito útil os fiéis ouvirem-no falar sobre como é que isso funciona na prática. Por exemplo, na China, a Igreja está a viver na clandestinidade, vivia e continua a viver, mas nós estamos numa situação semelhante. Na China, temos bispos infiéis que estão a promover o comunismo contra a verdade de Cristo. Mas são, à mesma, bispos nomeados e aprovados pelo Papa Francisco. Portanto, os padres têm de existir sob a alçada deles, tal como os fiéis, por isso, estão numa situação de clandestinidade. Mas, no Ocidente, nunca tínhamos vivido isso, mas parece que agora sim, porque temos bispos infiéis que, ainda assim, são nomeados pelo Papa Francisco, e os padres e os fiéis têm de viver sob esta situação. Mencionou como talvez seja o momento de viver na clandestinidade, de uma forma clandestina. Como é isso, na prática? Como se chega a isso? Como é que os padres e os fiéis sabem quando têm de passar à clandestinidade? E como é que isso funciona?
AS: Um exemplo disso de que está a falar é ser, de alguma forma, perseguido e marginalizado, os fiéis e os padres, no seio da Igreja, por aqueles que ocupam altos cargos na Igreja, por bispos. Vivemos essa situação no século IV, com o arianismo. Naqueles tempos, bispos válidos, bispos legítimos, na sua maioria, perseguiam os verdadeiros católicos que mantinham a tradição da fé na divindade de Jesus Cristo, o filho de Deus. Era uma questão de vida ou morte. A verdade, a tradição da fé. Por isso, foram expulsos das igrejas e obrigados a voltar às suas raízes e celebrar a missa ao ar livre. De certa forma, podemos também passar pela mesma coisa e já está a acontecer, sobretudo após a “traditionis custodes”. Há lugares onde as pessoas são literalmente expulsas das igrejas paroquiais, onde, durante anos, havia a tradição da missa em Latim, aprovada pelo Papa Bento XVI e pelos bispos locais, e agora com esta nova situação da “traditionis custodes”, alguns bispos estão, e repito, literalmente a expulsar os melhores fiéis, os melhores padres, das igrejas, das igrejas paroquiais, como são chamadas. Mas a igreja paroquial é a igreja madre. Portanto, estes fiéis são obrigados a procurar novos lugares de culto, como ginásios, escolas, salas e por aí em diante. Esta é uma situação que é semelhante à situação das catacumbas, que não são literalmente catacumbas, pois ainda se pode celebrar a missa publicamente, mas é uma situação parecida com as catacumbas, porque não podem usar as estruturas e os edifícios oficiais da Igreja. Mas, ao mesmo tempo, todas as situações de perseguição na História da Igreja trouxeram muitas bênçãos e reforçaram ainda mais a fé destas pessoas. Reforçaram não apenas a sua própria fé, ao serem expulsos e ao terem de encontrar outros lugares, mas a sua fidelidade reforçou toda a Igreja e isso é importante. Esta injustiça e tratamento injusto a estes católicos, hoje, pelo Vaticano, segundo ordens do Papa Francisco, e pelos bispos… Infelizmente, alguns bispos tiveram simplesmente de cumprir ordens que vinham do núncio ou do Vaticano, para pôr fim a igrejas ou a missas tradicionais. Mas a fidelidade destes fiéis está a trazer muitos benefícios a toda a Igreja.
JHW: Uma das coisas que está a acontecer… está a acontecer de duas formas, uma por parte dos fiéis e outra por parte dos padres. Quero falar primeiro nos fiéis. Perguntaram-me, na Conferência de Identidade Católica, onde estivemos juntos, sobre como é que isto pode acontecer. Como é que católicos que são conhecidos pela obediência ao Papa podem agora estar a resistir ao Papa? Como é que isso pode ser? Temos rezado, como fazemos no LifeSite todos os dias, como o Sr. Bispo próprio fez, temos rezado abertamente pela conversão do Papa. Faço isso com os meus próprios filhos, por muito triste que seja. Ainda demonstramos um grande amor pelo Papa e é por isso que rezamos por ele. Não por ódio, mas para rezar por ele. Mas… São tempos muito difíceis. Que conselho dá aos fiéis, especificamente, e como devemos lidar com esta situação, até com os nossos filhos?
AS: Primeiro, temos de esclarecer o verdadeiro conceito e significado de obediência. São Tomás de Aquino diz que é só a Deus que devemos uma obediência absoluta e incondicional. A mais nenhuma criatura, nem mesmo ao Papa. Portanto, a obediência para com o Papa e os bispos na Igreja é uma obediência limitada. Portanto, quando o Papa ou os bispos dão alguma ordem que irá, claramente, prejudicar a plenitude da fé católica e a plenitude da Liturgia católica, esse tesouro da Igreja, a tradicional missa em Latim, e prejudicar a pureza da fé, minando a pureza do caráter sagrado da Liturgia, estamos a prejudicar toda a Igreja, estamos a prejudicar o bem da Igreja, o bem espiritual da Igreja, estamos a prejudicar o bem das almas. E não podemos colaborar nisso. Como podemos colaborar para prejudicar a pureza da fé? Como podemos colaborar para prejudicar a santidade, a sublimidade da Liturgia da Eucaristia, que é a tradicional missa milenar de Todos os Santos? E, nesses casos, é até uma obrigação. Não é uma questão apenas de podermos, mas, em alguns casos, temos mesmo de dizer ao Santo Padre, ao bispo: “Com o devido amor e respeito por si, não podemos executar essas ordens que deu, porque prejudicam o bem da nossa Santa Madre Igreja.”

Portanto, temos de procurar outros lugares e ser, de alguma forma, formalmente desobedientes, mas, na verdade, estamos a ser obedientes à nossa Santa Madre Igreja, que é superior a um singelo Papa. A Santa Madre Igreja é superior a um singelo Papa. Por isso, somos obedientes para com a nossa Santa Madre Igreja, somos obedientes aos Papas de todas as eras, que promoveram, defenderam e protegeram a pureza da fé católica, incondicionalmente, intransigentemente, e que defenderam também a santidade e a imutável Liturgia da Santa Eucaristia ao longos dos séculos.
JHW: Para os Padres, existe uma questão ainda maior, porque os padres têm de obedecer aos seus bispos e, no entanto, alguns destes bispos exigem que se expulse os fiéis e que se lhes negue a missa tradicional, inclusive que até recusem coisas pró-vida nas paróquias, dizendo que são políticas. No entanto, ao mesmo tempo, temos paróquias a promover o combate às alterações climáticas e tudo o resto. Há todo o tipo de disparates a passar-se nas paróquias, mas os padres sentem: “Tenho de obedecer ao bispo. O que mais posso fazer? Antes, celebrávamos a missa em Latim e agora não podemos.” O que devem os padres fazer quanto à obediência? E podem também eles entrar na clandestinidade, esconder-se dos seus bispos e fazer as coisas de uma forma clandestina?
AS: É uma questão muito delicada e acho que é uma questão que depende da consciência desses padres. Pode ser uma resposta diferente, conforme o padre. Mas todos os padres devem perguntar a Deus, em consciência, o que devem fazer num momento desses. Pode também acontecer que alguns padres obedeçam e, nesse caso, não podem ajudar os católicos tradicionais, talvez porque ainda queiram, pelo menos, fazer parte das estruturas oficiais para poder fazer algum bem. Isso poderá ser também uma opção. Outra opção que também é legítima é se, em consciência, decidirem que têm de desobedecer informalmente ao bispo e continuarem a celebrar a missa tradicional e os Sacramentos, não só a Eucaristia, mas os Sacramentos também, com os fiéis de uma forma clandestina ou talvez de uma forma oficial não aprovada. Mas isto será só durante pouco tempo, é uma solução temporária. Ainda assim, têm de manter o amor pelo bispo que os persegue, têm de rezar por esse bispo, têm de manter o amor pelo Papa, pelo Papa Francisco, e rezar por ele, mas isto passará .Isto é apenas um fenómeno temporário. Deus voltará a dar-nos um Papa forte que irá defender a missa tradicional e a fé tradicional, bem como bispos. Isso vai acontecer, sem qualquer dúvida. Temos apenas de suportar esta situação temporária, nós e esses padres com fé,pois Deus irá intervir.

JHW: Disse que a Igreja irá ter um novo Santo Padre que defenderá a verdade e a plenitude da fé. Sei que isto é a sua suposição, o seu desejo, o seu entendimento, mas o que acha? Porque parece que… Todos disseram…… o Papa Francisco reforçou o Colégio Cardinalício. A nomeação será, obviamente, daqui a pouco tempo.O Papa Francisco é um homem de idade e não está de boa saúde. Mas as pessoas dizem: “O Colégio tem tanta gente que o que está para vir é um Papa na mesma linha do Papa Francisco. “O que devemos fazer face a isso? Parece uma situação irremediável. Quando fala em “temporário”, refere-se a várias décadas ou a algo mais a curto prazo? E sei que é apenas uma suposição.
AS: Não nos cabe a nós saber o momento, como disse Jesus Cristo aos Apóstolos, nos Atos dos Apóstolos. Não nos cabe a nós saber a altura. Deus já sabe quando voltará a dar à sua Igreja um Papa forte e 100% tradicionalmente católico. Todos os Papas têm de ser 100% católicos e 100% tradicionais. São Pedro foi assim e todos os Papas ao longo da História, com muito poucas exceções. Isso é inerente à natureza do cargo papal: ser 100% um defensor tradicional da fé e da sacralidade da Sagrada Liturgia. E isso virá porque isto é, e repito, a natureza do cargo papal. Nas últimas décadas, esta natureza foi ofuscada por estas atuais crises na Igreja. Portanto, não sabemos exatamente quando será, mas temos de rezar para que seja a curto prazo .E acho que a intervenção de Deus também depende das nossas orações. Temos de criar uma coligação, uma aliança, talvez uma aliança a nível mundial, de orações, uma corrente de oração, de terços, para implorar uma intervenção rápida de Deus no sentido de dar à Igreja um Papa Católico verdadeiro, forte e corajoso.
JHW: Nem sei como lhe agradecer por ter estado no programa e por nos ter dado a graça da sua presença aí no nosso estúdio. Espero que tenha uma ótima pequena celebração com o pessoal do LifeSite que conseguiu estar aí. Deus o abençoe. Peço-lhe só uma última coisa. Pode, por favor, dar-nos a sua bênção apostólica e a todos os nossos espetadores. Garanto-lhe que rezamos por si todos os dias, assim como a equipa do LifeSite, e sei que muitos dos nossos espectadores e leitores fazem o mesmo.
AS: Muito obrigado, Sr. Westen. Estou grato pela ação apostólica do LifeSiteNews e por todos os vossos colaboradores. Continuem o vosso nobre trabalho. Abençoado seja Jesus Cristo. Agora e para sempre. Obrigado, obrigado. E Deus vos abençoe a todos. Até à próxima.

É verdadeiramente espantoso como tudo isto se compôs, esta semana, uma semana em que pudemos concentrar-nos no que realmente significa obedecer adequadamente e o que é a desobediência face a leis ilegítimas, quando nos é dito até por autoridades legítimas para fazer coisas contra a lei de Deus, em que temos mesmo de desobedecer, em que temos de obedecer antes a Deus do que aos homens.Pelo LifeSite News: In Focus, neste 30 de outubro de 2022,sou John-Henry Westen e que Deus vos abençoe. Olá a todos. Sou John-Henry Westen. Esperamos que tenham gostado deste vídeo. Para verem mais vídeos assim, não se esqueçam de carregar no botão de subscrever em baixo para acederem a todo o conteúdo mais recente de LifeSite News. Confiram os nossos links, para saberem mais, subscrevam a nossa newsletter e sigam-nos nas redes sociais, para estarem a par das mais recentes notícias sobre vida, família e cultura. Obrigado por terem ficado connosco e que Deus vos abençoe.

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