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O Vaticano anunciou a iminente canonização de João Paulo I, o papa que reinou apenas durante 33 dias e foi muito interessante porque já tivemos no nosso programa o Padre Charles Murr, o autor de um livro chamado “Murder in the 33rd Degree”. O assassinato e a ligação da franco-maçonaria a esse assassinato fala do assassinato desse mesmo papa, João Paulo I. Vamos abordar isso neste episódio do “The John-Henry Westen Show”. Não saia daí.
Padre Murr, bem-vindo de volta.
Obrigado por se juntar a nós.
Obrigado pelo convite. Obrigado.
Padre, vamos começar com o sinal da cruz, por favor.
CM: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ámen. Avé Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Ámen. Sede da Sabedoria, rogai por nós. Pai, Filho e Espírito Santo, ámen.
Ámen.
JHW: Então, Padre, isto é providencial. Acabou de lançar um livro chamado “Murder in the 33rd Degree” sobre o potencial assassinato e provas do assassinato de João Paulo I e agora foi anunciado que ele será canonizado. É muito interessante. No último programa, falámos sobre as provas da franco-maçonaria dentro do Vaticano. Absolutamente fascinante, muitas pessoas responderam,ficaram muito interessadas,queriam ouvi-lo mais e é muito oportuno tê-lo de volta. Então, Padre, se pudesse falar um pouco disso, sobre João Paulo I. Quem era ele? E do seu livro sobre o assassinato dele.
CM: Sim. Estou a tentar perceber por onde devo começar e penso que seja pela sua eleição como papa. E como lhe disse antes e já disse noutros programas, o conclave após a morte do Papa Paulo VI, o conclave tinha três grandes candidatos. Na verdade, sim, três grandes candidatos. Um deles era o cardeal Siri de Génova, o outro era o cardeal Sebastiano Baggio do Dicastério para os Bispos, que foi acusado de ser franco-maçom e foi destituído do seu cargo. Tinha a seu cargo nomear os bispos católicos no mundo inteiro. E o outro era Giovanni Benelli, cardeal de Florença. E o conclave concentrou-se nesses três. Siri tinha um bloco de votos e era um candidato muito popular. O cardeal Siri era um homem brilhante. Também era um estadista, muito culto e um bom teólogo e ele era o favorito conservador. Também era o favorito do Papa Pio XII. Acho que era o cardeal mais jovem que Pio XII criou, creio eu, e Pio XII teria adorado que ele se tornasse papa embora não tenha feito nada para isso suceder, tirando torná-lo cardeal. Seja como for, estava entre estes três homens. Temos o conservador, Siri, temos o franco-maçom, Baggio, e temos Benelli a quem eu chamaria de conservador, Era calado, como um touro, ele fazia as coisas acontecerem, mas de forma serena e muito determinado.
Seja como for, com o avanço da eleição, e o cardeal Baggio ganhava votos, e Siri não cedia, Benelli percebeu que em vez de arriscar alguma coisa, viu que não ia ganhar, ficou muito próximo, faltavam apenas alguns votos. Como eu digo, tirou um coelho da cartola e apresentou à consideração de todos os cardeais o cardeal Luciani, o patriarca de Veneza e Luciani ganhou. Era um candidato fantástico, aceite por todos, todos o adoravam, adoravam-no mesmo. Era um homem estimado. Foi chefe da Conferência Episcopal Italiana durante dois anos, creio. Era um homem astuto, muito devoto, muito piedoso, com um lindo sorriso pois era uma pessoa linda e feliz. Simplesmente era e emanava isso. Seja como for, tornou-se papa, ficou com o nome João Paulo em agradecimento ao Papa João XXIII e Paulo VI, claro, e ele fez outra coisa e isto tudo faz sentido. Vamos na direção certa, certo?
Benelli para secretário de Estado
Depois de se tornar papa e ser eleito, pediu ao cardeal Benelli de Florença para ser o seu secretário de Estado. Jogada sensata, muito sensata e quase todos os papas na História fizeram isso. Quando se tornam papas, tal como os presidentes, quando se tornam presidentes ou reis, seja o que for, tudo o que seja no governo, vão buscar as pessoas em quem aprenderam a confiar na vida e mantêm-nas por perto, ouvem-nas e tornam-se conselheiros. E levam em conta a opinião deles, a opinião deles conta. [06:24] O Papa Luciani, João Paulo I, respeitava Benelli e sabia que precisava de um homem como ele. Acho que da última vez que falámos eu referi o Papa Pio X e a relação dele com o cardeal Rafael Merry del Val. Pediu a Rafael Merry del Val, um homem sofisticado e culto, brilhante e um estadista e diplomata brilhante, para ser o seu secretário de Estado e Pio X era um homem magnífico, mas nunca deixou de ser um agricultor. Não que isso tenha algo de mau, mas ele próprio disse, e disse isto da última vez, que ainda tinha terra nas unhas quando foi eleito papa. Era esse tipo de homem. Então, ele percebeu que não tinha aquilo que era preciso para dirigir a cúria romana e a igreja universal. Ele precisava de alguém, mas com Rafael Merry del Val faziam um par fantástico e o pontificado foi brilhante e foi a guerra contra o modernismo, e sabemos onde estamos hoje e como isso foi tão necessário. E continua a ser, já agora. Seja como for, João Paulo I percebeu, tal como Pio X, que precisava de um homem forte e pediu a Benelli para ser o seu secretário de Estado e Benelli aceitou, com uma condição.
Uma condição
E essa condição era que João Paulo I numa das suas principais iniciativas como papa substituísse, se livrasse do prefeito do Dicastério para os Bispos, o cardeal Sebastiano Baggio. Pelo que ouvi, ouvi de muito boas fontes, o papa que era bastante tímido, João Paulo I, pediu a Benelli para fazer isso. Disse: “Quando fores secretário de Estado, podes tratar disso?” “Devias ser tu a fazer isso.” E Benelli rejeitou completamente, disse: “Não, isso é contigo. Tens de ser tu a fazer.” “Tens de fazer isso enquanto papa, pois isso vai marcar um espírito, uma forma de governação e as pessoas vão compreender quem és e para onde vais.” Bem, de forma muito nervosa, o Papa João Paulo I convocou o cardeal Baggio. Antes de fazer isso, o cardeal Benelli, vou só recuar um pouco. Questionamo-nos por que motivo se o Papa João Paulo I pediu a Benelli para ser o seu secretário de Estado, por que motivo Benelli não foi logo o seu secretário de Estado. E eis a resposta a isso.
Cardeal Villot
O cardeal Villot, de desagradável memória, perdoem-me, mas achava-o uma pessoa desagradável e isso é dizer pouco, mas o cardeal Villot estava a morrer de cancro, tinha cancro do pulmão, fumava cigarros Gauloises. Quando estávamos perto do escritório dele, a cinco metros já sabíamos onde ele estava. Era horrível, mas enfim. Ele tinha cancro do pulmão e como ato de caridade, em vez de dispensá-lo e dizer: “Muito obrigado. Agora, podes ir morrer”, João Paulo I decidiu não fazer isso. Ia deixá-lo funcionar enquanto secretário de Estado enquanto pudesse desempenhar o cargo. Resumidamente, acho que morreu três meses depois. Mantê-lo foi um ato de caridade. Não foi das jogadas mais inteligentes nem dos atos de caridade mais inteligentes, vou colocá-lo assim, pois teria sido bom ter lá Benelli, mas seja como for,
Édouard Gagnon, Arcebispo
João Paulo I falou com Benelli, Benelli disse a João Paulo I para entrar em contacto e chamar imediatamente o arcebispo Gagnon. Porquê? Ele disse: “Santo Padre, o arcebispo Gagnon…” Ele na altura era arcebispo. “Ele acabou de concluir um estudo de três anos da cúria romana. “Tentou dar os resultados ao Papa Paulo VI que os desviou de volta na sua direção e disse que era incapaz, devido à sua idade e fraqueza, de lidar com os problemas da cúria romana.” Ele disse “Deixe isso para o meu sucessor.” “Santo Padre, o senhor é o sucessor.” Ele disse: “Recomendo vivamente que fale com Gagnon imediatamente.” Bem, ele falou! Eu levei Gagnon de carro a essa audiência. Fomos lá, o Gagnon levou o estudo de três anos e esteve com João Paulo I, deu-lhe um exemplar. Como é que sei isso? Porque quando voltou, levei-lhe a mala e estava muito mais leve do que quando entrou. E Gagnon ficou radiante, ficou muito satisfeito e contente com a audiência. Ficou muito satisfeito pois sabia que este papa era um homem bom. Acho que foi a primeira audiência com ele enquanto papa e disse-lhe o que estava errado na cúria romana, disse-lhe algumas coisas básicas que eu sei com certeza, pois Gagnon disse-me. Falou-lhe, primeiro que tudo, do cardeal Baggio.
Sebastiano Baggio, Cardeal
E já lhe contei isto antes. Tivemos um franco-maçom a nomear os nossos bispos durante doze anos no mundo católico numa altura em que todos os bispos do mundo já estabelecidos tinham de se retirar aos 65 anos. Então, Baggio fez uma equipa totalmente nova. Por outras palavras, temos… A palavra não é liberal. Temos um franco-maçom a decidir quem eram os bispos no mundo. Estou a dizer que todos os bispos eram franco-maçons? Não. Não digo isso, mas a maioria deles era muito liberal. E disse que se retiravam aos 65 anos? – Desculpe, aos 75 anos. – 75 anos. – Disse 65? Peço desculpa. – Sim. Não faz mal. Aos 75 anos. Saiu uma proclamação de Paulo VI. Ele decidiu que todos os bispos deviam abdicar aos 75 anos. Muitos dos seus telespetadores são jovens, certamente mais jovens do que eu. Você é um rapaz. Já sou assim tão velho. Você é um rapaz, mas é assim. Antigamente, os bispos não abdicavam. Os papas não abdicavam. Tínhamos bispos em dioceses com 80 e 90 anos. Não se retiravam, mesmo que se tornassem débeis, e débeis mentalmente, mesmo nesse caso continuavam, tinham pessoas, secretários, monsenhores e etc. que ajudavam a gerir a diocese, mas o bispo não se demitia. Ele era uma figura de Cristo. Cristo não se demitiu. Seja como for, com a demissão de todos os bispos de 75 anos, tínhamos uma nova equipa de bispos e temos um franco-maçom a nomear todos os bispos, certo? Pode imaginar… Não tem de imaginar. A maioria dos seus ouvintes já sabem isto. Basta olharem para trás e vão compreender como estamos e como chegámos onde estamos hoje.
Três grandes problemas
Mas enfim, voltando à história, Gagnon foi ter com João Paulo I, deu-lhe um exemplar do estudo dele, e com isso disse-lhe que havia três grandes problemas e um deles era o cardeal Baggio. O outro era o Banco do Vaticano, o Instituto para as Obras de Religião. Estava a formar-se um escândalo e isso… Para quem acha que o ideal ou ideia da franco-maçonaria é uma fantasia, uma conspiração, que devíamos todos usar chapéus de papel de alumínio e pirâmides por pensarmos assim, convido essas pessoas simplesmente a olharem para trás para verem o que aconteceu ao Banco do Vaticano. Os franco-maçons, P2, a loja maçónica, a Grande Loja, decidiu declarar guerra ao Vaticano e fazer ruir as suas finanças. E conseguiu. Conseguiu. É incrível. Conseguiu. As pessoas condenadas pelo tribunal internacional destes crimes, aqueles que não se suicidaram, que não mataram nem foram mortos. Foi um escândalo horrível, uma série de homicídios. Aqueles que sobreviveram foram para a prisão pelo crime de conspiração franco-maçom de fazer desabar o Vaticano. Esse foi o crime. A franco-maçonaria foi nomeada no crime. Então, não estou a inventar isto nem você. Não, está preto no branco, foi uma condenação. Mas enfim, Gagnon disse-lhe isso e disse-lhe mais algumas coisas. Coisas que tinham de ser alteradas e pessoas que não deviam lá estar.
Convocação de Baggio
O papa escutou e conferenciou com Benelli, novamente. Benelli disse: “Chama o Baggio e livra-te dele.” “Como? Como?” Temos este pobre homem tímido. Se o ouvíssemos falar, eu estive em algumas audiências dele. Ele era um homem maravilhoso e acho que seria muito mais feliz se não aceitasse ter sido papa, realmente seria. Ele era um pastor. Era um pastor e ficaria feliz numa igreja no campo. Estou a falar a sério, mas enfim, era o papa e entre as sugestões de Benelli e a sua intuição, Benelli disse para expulsá-lo temos de pôr esta gente na rua. Muita gente não entende isso. Não os expulsamos apenas, como com Bugnini. Não os expulsamos simplesmente. Eles têm muita informação crucial e potencial para chantagem. O cardeal Baggio, por exemplo, no Dicastério para os Bispos, sabia todos os podres dos bispos, cada um deles. Também tem de se lembrar de outra coisa. Ele fez João Paulo I arcebispo de Veneza. Então, sentia-se com direitos e que lhe deviam favores. Mas resumindo, ele chamou Baggio. Pessoalmente, pelo telefone. Ele morreu em que dia? Acho que tenho escrito. Foi a 28 de setembro que ele morreu. No dia 28 de setembro, ele ligou a Baggio e pediu-lhe para vir ao Palácio Apostólico, ao escritório dele para uma reunião. Baggio disse ao Santo Padre que estava ocupado. Agora, quanto a si não sei, na verdade, sei. Se o papa pegasse no telefone e dissesse: “John-Henry, venha já ao meu escritório,” ia deixar tudo o que estivesse a fazer e iria lá. Baggio estava ocupado. Disse que podia ser à tarde e ele disse: “Santo Padre, esta tarde estou ocupado.” Disse que podia ser à noite e ele não desistia. Finalmente, concordaram que seria nessa noite. O papa nunca recebe pessoas à noite. É sempre no horário de expediente e dias úteis. Ele recebeu-o aproximadamente às 20h no Palácio Apostólico. E se puder fazer um parêntese, quero só dizer isto. Pelo que consegui descobrir sobre o processo de canonização ou beatificação de João Paulo I, que será em setembro, não há referências a esta reunião. Este é o último dia do papa na Terra. Aliás, são as últimas horas do Santo Padre na Terra. Não há referências a Baggio ter-se encontrado com ele. Às 20h, Baggio foi à residência do Santo Padre no Palácio Apostólico e esteve com ele aproximadamente uma hora e ouviram-se gritos. Não do papa, o papa não gritava. Baggio gritava com o papa. Como sabemos isso? Eu por acaso sei através de um guarda da Guarda Suíça que estava à porta, estavam lá dois guardas. Eles relataram isto, certo? Os gritos. Baggio saiu, furioso.
Morte de João Paulo I
Passado uma hora. O papa sofria do coração e tomava medicação para a tensão arterial. Acredito que devido a esse encontro sofreu um ataque cardíaco duas, três horas depois e morreu. Podem dizer que isso não é assassinato. Perguntei ao cardeal Gagnon se ele achava que o papa tinha sido assassinado e ele disse: “Sabe…” Lembra-se do Gagnon? Chegou a conhecê-lo? Quero dizer que o adoro. Ele disse: “Sabe, Charles, há muitas formas de matar um homem.” Acredito que foi isso que aconteceu. Isso foi o assassinato. Estou a falar desse assassinato, mas certamente aconteceu, os gritos foram reais, o papa ficou muito agitado e morreu de ataque cardíaco nessa noite. Não acredito que foi envenenado. Isso é um disparate. Mas vou dizer-lhe outra coisa em que não acredito e não acreditei desde o início, nem Gagnon acreditou. Estava com Gagnon na manhã em que soubemos da morte dele, às 7h30 da manhã pela rádio Vaticano. E Marini, estávamos os três sentados ainda de pijama. Ouvimos a notícia na rádio Vaticano. Fui ao quarto deles e bati-lhes à porta, pois não acreditávamos. Não acreditávamos, Tínhamos acabado de sair da eleição.
História da morte e reação de Baggio
E não sei onde saiu o relato que o Santo Padre morrera… Tem de ouvir isto. Quem inventaria isto? Não dava para inventar. Ele morreu na cama dele com os óculos postos, com um sorriso encantador, sereno a ler “Imitação de Cristo”. Gagnon disse: “Se quiseres acreditar nisso, força. Força.” E Marini disse o equivalente italiano a “que tanga”. Um disparate. E tinham razão, pois no espaço de dias, o cardeal Villot, secretário de Estado e o Vaticano, as pessoas que mandavam, alteraram a história algumas vezes. E, afinal, ele não estava a ler “Imitação de Cristo”. O papa era um homem muito devoto, não me interpretem mal. Também não estava a ler a revista Time. Ele morreu com uma lista que acredito, não posso provar, mas acredito que era a lista que Gagnon lhe deu das mudanças necessárias na cúria. Ele morreu com duas, três folhas de papel nas mãos de mudanças na cúria romana. Foi assim que o encontraram. Estavam sempre a mudar a história. Bem, no dia seguinte após a morte dele… Vou só perguntar-lhe. John-Henry, aqui está. Tinha tido uma audiência na noite anterior com o papa, esta manhã ele está morto, John-Henry, certo? Eu abordo-o da parte da rádio Vaticano, tenho um microfone e digo-lhe: “John-Henry Westen, pode dar-nos a sua opinião, por favor, a sua reação à morte do Santo Padre?” Perguntaram isso a Baggio. Baggio em vez de dizer: “Santo Deus! Estive com ele ontem. Ele parecia bem.” Baggio disse duas palavras em italiano, três palavras. Os italianos gostam de acrescentar um “mas”. “Ma que colpo.” Que duro golpe. Só isso. Acabou a entrevista. Entrevistaram outras pessoas, outros cardeais que disseram: “Estive com ele na semana passada e parecia bem.” Baggio só tinha a dizer: “Que golpe.” “Ma que colpo.”
Novo conclave
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